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Este é um artigo publicado pela Soma Tecnologias.
O que é Crosstalk?
Em cabeamento estruturado, Crosstalk ou diafonia é a interferência indesejada que um canal de transmissão causa em outro.
Foi observado pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial, devido à grande quantidade de transmissões que eram feitas na época. Assim, podemos dizer que a diafonia nada mais é que a tendência de o sinal de um par de fios ser induzido por um outro par adjacente e paralelo. Essa interferência é criada por um curto-circuito ou a junção indutiva entre essas duas linhas independentes.
Atualmente, o mercado de equipamentos e acessórios para instalação de redes de computadores dispõe basicamente de calhas, canaletas, dutos e tubulações fabricados com os seguintes materiais:
- Plástico
É um excelente isolante elétrico, mas não oferece proteção contra campos eletromagnéticos.
- Alumínio
Não oferece proteção elétrica (é um bom condutor de eletricidade), porém oferece boa blindagem eletromagnética.
- Aço (zincado ou pintado)
Não é bom condutor de eletricidade, porém não oferece proteção elétrica, mas proporciona boa blindagem eletromagnética.
Dentre os tipos apresentados, os acessórios fabricados com alumínio são os que apresentam uma melhor blindagem eletromagnética interna e externa. Vários testes realizados em sistemas estruturados compartilhando a infraestrutura com os cabos de energia demonstraram que a performance da rede lógica sofre uma redução sensível, principalmente quando utiliza canaletas e dutos de plástico.
Segundo Faraday, um campo magnético variável pode criar uma corrente elétrica que por sua vez gera um campo eletromagnético contrário ao que lhe deu origem. Esse efeito é o responsável pela atenuação das interferências quando são utilizados canaletas ou dutos de alumínio. Além desse fato, as canaletas de alumínio são praticamente imunes às correntes de Foucaut devido a sua condutibilidade elétrica. No caso das canaletas de plástico, estas não causam nenhuma atenuação, pois o plástico não interfere nos campos eletromagnéticos.
O que é Norma ANSI/EIA/TIA-569-A?
A norma ANSI/EIA/TIA-569-A, que tem como objetivo padronizar projetos e práticas de instalação de dutos e espaços para edifícios comerciais, bem como os equipamentos que serão instalados, permite o compartilhamento entre a rede lógica e a rede elétrica. Segundo essa norma, se a eletricidade é um dos serviços que compartilham o mesmo duto ou canaleta com a rede de dados, os mesmos deverão ser particionados, observando-se as seguintes situações:
- A tensão de alimentação deve ser inferior a 480V;
- As canaletas devem oferecer uma divisão física para a rede lógica e elétrica;
- A corrente nominal do cabeamento elétrico não deve ser superior a 20A.
Ainda de acordo com a norma, para que sejam evitados os efeitos da interferência eletromagnética devem ser mantidas distâncias mínimas entre os trechos por onde haverá a passagem dos cabos da rede lógica e de energia, conforme a tabela seguinte:
Exemplo de cabos de energia e lógicos em uma mesma canaleta.
Conclusão
Redes de computadores são propensas a problemas devido a sua susceptibilidade, ou seja, a falta de proteção para operar sem degradação na presença de um distúrbio eletromagnético. Por esse motivo recomenda-se observar os critérios de compatibilidade eletromagnética para a alocação dos espaços de ambas as redes (lógica e elétrica), principalmente nos percursos verticais, onde a faixa de valores de frequência de operação dos diversos sistemas de comunicação é bastante diversificada. Dessa forma, espera-se obter através de um projeto e instalação adequados, uma rede com imunidade suficiente para operar sem degradação na presença de distúrbios eletromagnéticos.
Importante lembrar ainda que o custo dos materiais de infraestrutura de cabeamento em uma rede de computadores pode representar de 2% a 5% do custo de investimento da rede, mas também pode representar 75% dos problemas que surgirem durante sua vida útil, algo em torno dos 15 anos. Assim, a escolha de material de qualidade e um projeto bem feito são quesitos importantes na execução de um sistema de cabeamento.